segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Palestra: De que Cor é sua Pele? O preconceito ainda existe?




A nossa palestrante convidada do mês de novembro na ADAMA - Associação dos Amigos da Mama de Niterói (RJ),  foi Maria Aparecida Evangelista do Nascimento - Assistente Social da (ETIC) - Equipe Técnica Interdisciplinar Civil do Tribunal de Justiça do (RJ) - (TJRJ), Pólo São Gonçalo. Maria Aparecida,em comemoração ao Dia da Consciência Negra, falou sobre o tema "Preconceito" - Raça, Sexo, Nível Social e Religião. A palestrante abordou alguns pontos que são ainda estereotipados na sociedade contemporânea, dentre eles, o preconceito no câncer de mama.




  Aparecida iniciou sua fala com questionamentos comuns no preconceito tais como: Qual a sua cor? Sua classe social? Seu sexo? Sua Religião?. E através desses pontos explicou a importância de cada um deles na sociedade contemporânea


  • Brasil - Qual é a sua Classe Social e Raça?
 

"Brasil, país das diferenças", sobre esse rótulo a palestrante apontou muitas diferenças que o país possui em sua etnia, e por que existem tantos preconceitos e esteriótipos. Segundo Maria Aparecida, no Brasil, em sua história de emigração, foi um país que teve grande circulação de etnias. Iniciando-se pelos portugueses em sua descoberta em 1500. E seguiu com invasões francesas e holandesas. E já no ciclo da cana, ouro e café, a emigração negra vinda da África. E no século XIX e XX seguiu com a emigração européia na industrialização do país com diversos povos (italianos, holandeses, alemães, espanhóis, suíços  japoneses, e outros).
  "Não sabemos exatamente a nossa cor, mas temos no nosso registro a cor convencional: branco, pardo, negro, indigena. No entanto, mulato, cafuso e outros não se especifica", afirma.
  • Preconceito

De acordo com o conceito adotado pelo Wikipédia, 
a enciclopédia livre, preconceito (prefixo pré- e conceito) é um "juízo" preconcebido, manifestado geralmente na forma de uma atitude "discriminatória" perante pessoas, lugares ou tradições considerados diferentes ou "estranhos". Costuma indicar desconhecimento pejorativo de alguém, ou de um grupo social, ao que lhe é diferente. As formas mais comuns de preconceito são: social, "racial" e "sexual".

De modo geral,o ponto de partida do preconceito é uma generalização superficial, chamada "estereótipo". Exemplos: "todos os alemães são prepotentes", ou "todos os ingleses são frios". Observar características comuns a grupos são consideradas preconceituosas quando entrarem para o campo da agressividade ou da discriminação, caso contrário reparar em características sociais, culturais ou mesmo de ordem física por si só não representam preconceito, elas podem estar denotando apenas costumes, modos de determinados grupos ou mesmo a aparência de povos de determinadas regiões, pura e simplesmente como forma ilustrativa ou educativa.
Observa-se então que, pela superficialidade ou pela estereotipia, o preconceito é um erro. Entretanto, trata-se de um erro que faz parte do domínio da crença, não do conhecimento, ou seja ele tem uma base irracional e por isso escapa a qualquer questionamento fundamentado num argumento ou raciocínio.

Os sentimentos negativos em relação a um grupo fundamentam a questão afetiva do preconceito, e as ações, o fator comportamental. Segundo Max Weber (1864-1920), o indivíduo é responsável pelas ações que toma. Uma atitude hostil, negativa ou agressiva em relação a um determinado grupo, pode ser classificada como preconceito.Essas atitudes, trazem muitas coisas negativas e e também problemas.


Segundo Paradela e colaboradores (2006). Alguns buscam utilizar a ciência, especialmente a "genética", para criar situações que justifiquem o preconceito. De tal forma, os autores definem que que os fundamentos evolutivos para o surgimento da espécie humana e os aspectos genéticos a respeito da expressão de genes fornecem respaldo para a afirmação de que não há raças humanas. Adicionalmente, a classificação dessas supostas raças por características como cor de pele e inteligência não é aceitável.

  • A Religião
Na época, a religião predominante era a católica, e as outras existentes eram obrigadas a se negar como religião. Eram na verdade, consideradas religiões de bruxarias e místicas ou algum culto sobrenatural. Hoje percebemos que a religião está segregada, e muitas são intolerantes, entrando em guerra por hábitos que não possuem, e que outras cultuam", alerta a palestrante.

A religião no Brasil é muito diversificada e caracteriza-se pelo sincretismo. A Constituição prevê a liberdade de religião e a Igreja e o Estado estão oficialmente separados, sendo o Brasil um Estado laico. A legislação brasileira proíbe qualquer tipo de intolerância, sendo a prática religiosa geralmente livre no país. Segundo o Relatório Internacional de Liberdade Religiosa de 2005, elaborado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, a "relação geralmente amigável entre religiões contribui para a liberdade religiosa" no Brasil.

O Brasil é um país religiosamente diverso, com a tendência de mobilidade entre as religiões. A população brasileira é majoritariamente cristã (87%), sendo sua maior parte católica (64,4%). Herança da colonização portuguesa, o catolicismo foi a religião oficial do Estado até a Constituição Republicana de 1891, que instituiu o Estado laico. Também estão presentes as quatro denominações básicas do Protestantismo: adventista, batista, evangélica e metodista. No entanto, existem muitas outras denominações religiosas no Brasil, algumas dessas igrejas são: pentecostais, episcopais, luteranas, entre outras.

 Há mais de três milhões e meio de espíritas (ou kardecistas) que seguem a doutrina espírita, codificada por Allan Kardec.  Existem também  muçulmanos, budistas, judeus, neopagãos, respectivamente. Cerca de 7,4% da população (cerca de 12,5 milhões de pessoas) declarou-se sem religião no último censo, podendo ser agnósticos, ateus ou deístas.

As chamadas religiões afro-brasileiras compõem o candomblé que é dividido em várias nações, o batuque, o Xangô do Recife e o Xambá foram trazidas originalmente pelos escravos. Estes escravos cultuavam seu Deus, e as divindades chamadas Orixás, Voduns ou inkices com cantos e danças trazidos da África. Do Estado da Bahia para o Norte há também práticas diferentes tais como Pajelança, Catimbó, Jurema, Tambor-de-Mina e Terecô com fortes elementos indígenas.

  • Intolerância religiosa no Brasil


Foi criado no Brasil o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa (21 de janeiro) por meio da Lei nº 11.635, de 27 de dezembro de 2007. Segundo Eloi Ferreira Araújo, previamente ministro interino da Igualdade Racial, "O Estado brasileiro reconhece que existem problemas dessa ordem, mas estamos procurando tratar disso".
 
  • GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais, Transexuais)
 
"Já citei na palestra que esse tipo de preconceito já advém de muito tempo, mas não havia tanta visibilidade como temos visto atualmente. O (GLBT- Gays, Lésbicas, Bissesuais e Transsexuais), sempre existiu, o preconceito, atualmente, é muito maior do que no caso da mulher, que sempre foi vista como sexo frágil, mas que já está com posições elevadas. Durante muito tempo foi alvo de proibições e punições, contudo, com legislações de proteção à mulher, vemos que ela pode ser independente e atuar em diversas profissões como pedreira, médica, juíza, e outros cargos antes só praticados por homens.", ressalta a Assessora da Vara de Família.

Graus de intolerância com a diversidade sexual continuam bastante elevados no Brasil, o que se torna coerente dada a provável liderança internacional do País em crimes homofóbicos. A pesquisa "Diversidade Sexual e Homofobia no Brasil: Intolerância e respeito às diferenças sexuais", realizada pelo Núcleo de Opnião Pública (NOP) da Fundação Perseu Abramo, em parceria com a alemã Luxemburg Stiftung, traz números que confirma a afrimação acima.

A pesquisa, realizada em 150 municípios (pequenos, médios e grandes), distribuídos nas cinco macro-regiões do país (Sudeste, Nordeste, Sul, Norte e Centro-Oeste), revela que quase a totalidade da população acredita que existia preconceito contra pessoas LGBT no Brasil. No entanto, apenas 29% admitem ter preconceito contra travestis, 28% contra transexuais, 27% contra lésbicas e bissexuais e 26% contra gays.

Segundo a análise, o fenômeno de atribuir os preconceitos aos outros sem reconhecer o próprio é comum e esperado, posto que, por definição, a atitude preconceituosa é politicamente incorreta
. Em comparação a outras pesquisas, o preconceito contra pessoas LGBT é mais admitido do que contra idosos ou contra pessoas com diferenças raciais e
étnicas. 
 


  • Câncer de Mama

 "Acredito que o preconceito, no caso das mulheres com câncer advém primeiramente dela mesma. isto é, há uma dificuldade em lidar com uma doença que durante muito tempo foi alvo de afastamento de pessoas. Então imagine você ser portador dessa doença?. O câncer ainda é cercado de muitos mistérios que nós não conhecemos muito bem, e a tendência, é olhar diferente. E é nesse jeito diferente que está o preconceito.     É necessário vencer as dificuldades para lidar com os próprios preconceitos. Mesmo após ter retirado uma mama, têm-se que gostar de si própria  primeiro para depois gostar dos outros", avisa Maria Aparecida.


  • Agradecimentos  
 








Maria Aparecida  Evangelista do Nascimento, palestrante do mês, agradeceu o convite feito para passar um pouco de conhecimento paras as associadas e deixou o seu agradecimento para a ADAMA: "O grupo é muito importante e agradeço à Dra Thereza Cypreste o convite para a palestra. Através dela, amiga de longa data, conheci a ADAMA. Este espaço é riquíssimo para essas mulheres, e acima de tudo para nós profissionais que sempre aprendemos muito, é uma troca de energia muito boa", frisa a palestrante.
 
Por ADAMA

 

Um comentário:

  1. É um orgulho para todas nós fazer parte do grupo, a palestra da Aparecida nos faz refletir sobre os preconceitos, ainda tão presntes.
    As outras palestras do ano de 2012 tb foram muito enriquecedoras.
    As ADAMETES,O CORAL, AS MÚSICAS, TUDO MUITO BACANA!!! BJS Ana Cristina Bechara Barros Fróes Garcia - Psicóloga e voluntária da ADAMA desde 2002.

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Assessoria de Imprensa da ADAMA - Associação de Amigos da Mama